@PHDTHESIS{ 2019:1361749964, title = {UM ESTUDO SOBRE A ORIGEM DO FLÚOR NA VIA LÁCTEA E NA GRANDE NUVEM DE MAGALHÃES}, year = {2019}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/74", abstract = "A origem do elemento flúor ainda não é bem conhecida, mas sabe-se que este elemento pode ser produzido em quatro sítios: estrelas do ramo assintótico das gigantes, via capturas de nêutrons e prótons durante pulsos térmicos na queima do He; espalação de um próton do elemento 20Ne após ser excitado por um neutrino, este processo ocorre na fase de supernova de Tipo II; em núcleos queimando He em estrelas Wolf-Rayet passando por altas taxas de perda de massa; e estrelas de alta massa, baixa metalicidade e alta rotação. Neste trabalho apresentamos resultados das abundâncias de flúor, além de carbono e sódio para uma amostra de gigantes vermelhas dos aglomerados globulares M4 e ω Centauri, abundâncias de flúor e ferro para as estrelas da amostra do disco Galáctico e abundâncias de flúor para as estrelas da Grande Nuvem de Magalhães. As abundâncias químicas foram calculadas por síntese espectral em Equilíbrio Termodinâmico Local usando o código Turbospectrum, que é compatível com os modelos de atmosferas esféricos MARCS adotados neste trabalho. Os espectros analisados das estrelas foram obtidos em alta resolução na região do infravermelho na banda K com os espectrógrafos Phoenix no telescópio Gemini Sul de 8,1 metros, IGRINS no telescópio Harlan J. Smith de 2,7 metros do Observatório de McDonald, CRIRES no Very Large Telescope de 8,2 metros do ESO, FTS no telescópio de 4,0 metros do Kitt Peak National Observatory, Phoenix no telescópio de 2,1 metros também do Kitt Peak National Observatory e iSHELL no Infrared Telescope Facility de 3,0 metros. Adicionalmente, analisamos alguns espectros de alta-resolução no ótico obtidos com o espectrógrafo SES no telescópio de 2,1 metros Struve Telescope do Observatório de McDonald. As abundâncias de flúor para as estrelas da amostra foram derivadas usando a linha rotacional-vibracional da molécula HF R9, e sempre que possível, medimos também as linhas R13, R14, R15 e R16, todas próximas à λ2,3μm. Nossos resultados indicam uma redução significativa nas abundâncias de flúor quando comparadas a valores anteriores da literatura, devido a uma revisão para baixo no potencial de excitação da linha de HF R9 usada nesta análise. As abundâncias de flúor obtidas para as gigantes vermelhas de M4 apresentam uma anticorrelação com as abundâncias de Na, seguindo o padrão típico das variações de abundâncias visto em aglomerados globulares entre populações estelares distintas; nossos resultados indicam que à medida que a abundância de Na cresce ∼ +0,4 dex a abundância de flúor decresce de -0,2 dex. Uma comparação das abundâncias determinadas com predições dos modelos indica que as estrelas responsáveis pela anticorrelação entre as abundâncias de flúor e sódio observada em M4 são estrelas AGB mais massivas com massas M ≥ 6M�. A amostra analisada de estrelas de gigantes vermelhas do disco Galáctico abrange uma faixa significativa de metalicidade ([Fe/H]∼-1,2 – 0,0 dex); estas estrelas são membros prováveis iv do disco fino e espesso / halo, sendo duas delas membros prováveis da sobredensidade Monoceros. Nossos resultados indicam que em baixas metalicidades, -1,2 < [Fe/H] < -0,4 dex, a abundância de flúor varia como um elemento primário com relação à abundância de Fe, mantendo um valor subsolar constante de [F/Fe] entre ∼-0,3 e -0,4 dex. Em metalicidades maiores, no entanto, a razão [F/Fe] decresce rapidamente com [Fe/H] apresentando um comportamento quase secundário em relação ao Fe. Um dos modelos de evolução química da literatura que inclui a nucleossíntese por neutrinos descreve aproximadamente o platô de [F/Fe] observado em baixa metalicidade, enquanto que a razão [F/Fe] neste modelo cresce atingindo um valor aproximadamente solar para maiores metalicidades, conforme encontrado para nossa amostra do disco fino. A amostra de estrelas prováveis do disco espesso (|Z|>300 pc) cobre distâncias Galactocêntricas Rg ∼ 6–13,7 kpc. Estas estrelas exibem valores aproximadamente constantes de [F/Fe], indicando um gradiente de abundâncias de flúor bastante plano em uma porção significativa da Galáxia, a uma distancia |Z|>300 pc do plano médio Galáctico. A amostra analisada de estrelas da Grande Nuvem de Magalhães são do campo e do aglomerado estelar NGC 2203. Nossos resultados indicam que as estrelas de NGC 2203 seguem aproximadamente o comportamento primário do flúor em relação ao ferro, tal como encontrado para as estrelas do disco espesso / halo Galácticos. Os valores de [F/Fe] para as estrelas do campo da Grande Nuvem da Magalhães é significamente mais baixo (∼ 0,6 dex) do que os valores das estrelas da nossa Galáxia no mesmo intervalo de metalicidade. Adicionalmente, existe uma tendência de decréscimo moderado da razão [F/O] com a abundância de oxigênio, o que também é observado de um modo geral nos modelos que incluem produção de flúor em supernovas de Tipo II na Galáxia. Artigos originados deste trabalho de tese: 1) “Fluorine Abundances in the Globular Cluster M4”, Rafael Guerço, Katia Cunha, Verne V. Smith, Claudio B. Pereira, Carlos Abia, David L. Lambert, Patrick de Laverny, Alejandra Recio-Blanco & Henrik Jönsson 2019, ApJ, 876, 43 2) “Fluorine Abundances in the Galactic Disk”, Rafael Guerço, Katia Cunha, Verne V. Smith, Christian R. Hayes, Carlos Abia, David L. Lambert, Henrik Jönsson & Nils Ryde 2019, ApJ, submetido e aceito para publicação", publisher = {Observatorio Nacional}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Astronomia}, note = {Divisão de Programas de Pós-Graduação - DIPPG} }